Bernardo Santareno (1920-1980)
Bernardo Santareno é o pseudónimo literário de António Martinho do Rosário, nascido a 19 de novembro de 1920 em Santarém.
Estudou no Liceu Nacional de Sá
da Bandeira e frequentou depois os cursos preparatórios para a Faculdade de
Medicina na Universidade de Lisboa. Em 1945 transferiu -se para a Universidade
de Coimbra, acabando por se licenciar em Medicina com especialização na Área de
psiquiatria. Entre 1957 e 1958, fez parte da tripulação dos navios David Melgueiro, Senhora do Mar e do navio-hospital Gil Eannes, auxiliando as campanhas de pesca do bacalhau como
médico, experiência quo lhe serviria de inspiração para muitas das suas obras.
A sua obra é caracterizada pela
reivindicação do direito à diferença e do respeito pela liberdade e dignidade
do homem face a todas as formas de opressão, à luta contra todo o tipo de
discriminação politica, racial, económica e sexual, assumindo assim uma escrita
essencialmente de denúncia, atenta à realidade do país de então, visando uma
consciência social. Em consequência foi perseguido pelo regime salazarista e
algumas das suas obras foram proibidas.
Bernardo Santareno iniciou a sua
carreira literária na poesia com os livros A
Morte na Raiz (1954), Romances do Mar (1955) e Os Olhos da víbora (1957). Porem, foi
como dramaturgo que se notabilizou. Entre as suas obras destacam-se O Lugre (1959) e O Crime da Aldeia Velha (1959),
O Pecado de João Agonia (1961), O
Judeu (1967), Português, Escritor, 45
Anos de Idade (1974), Os Marginais
e a Revolução (1979) e O Punho, publicado postumamente em 1987.
Foi distinguido por duas vezes com os Prémios
Bordalo, sendo-lhe atribuído o Óscar da
Imprensa em 1962 e 1963.
Bernardo Santareno faleceu no ano
de 1980 em Carnaxide, aos 59 anos de idade. Em 1981 foi-lhe atribuída a comenda
de Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada, apenas concedida por
motivos de mérito literário, científico e artístico.
Para mais informação, consulta a BIBLIOGRAFIA SOBRE BERNARDO SANTARENO, existente na Biblioteca Municipal.
Comentários
Enviar um comentário