Sabias que...

Queres conhecer melhor a tua cidade?
 - Disponibilizados alguns textos que te podem ajudar no conhecimento do património da tua cidade. Textos retirados das várias edições do Boletim Infanto-Juvenil, O Biblocas, que sempre podes consultar no seu formato original, em PDF.

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A Casa dos Nichos

“…na Rua de Viana, uma das mais antigas e emblemáticas edificações da cidade de Viana do Castelo, da qual já aqui te falámos em Outubro de 2002, é hoje um Núcleo de Arqueologia?
É verdade, este edifício do século XV que terá sido reformulado entre o séc.XVI e o séc. XX, assim conhecido devido à presença das duas esculturas (Nichos) em alto-relevo que ornamentam a fachada, foi exemplarmente reabilitado pela nossa autarquia em 2008 para acolher uma área expositiva onde pode ser visto parte do espólio arqueológico do concelho, com destaque para o período da Pré-história, Idade do Ferro e Romanização.
Neste mesmo edifício foi inaugurada também uma extensão educativa para a área de arqueologia, onde é possível efectuar uma viagem virtual ao património arqueológico do concelho e contactar com algum espólio aí existente. Assim, com uma forte vocação pedagógica, o visitante tem ao seu dispor meios multimédia para aceder à informação sobre o património concelhio como a citânia de Santa Luzia, as sepulturas medievais de Santa Maria de Geraz do Lima ou as gravuras rupestres de Carreço.

Este Núcleo de Arqueologia agora sediado na Casa dos Nichos, e aberto ao público a partir de 1 de Junho de 2011, é um espaço museológico que pretende proporcionar ao visitante um contacto directo com a história do Concelho de Viana do Castelo, através dos diversos artefactos e utensílios, como forma de nos ajudar a compreender as pessoas e as sociedades que ao longo dos tempos o habitaram, com particular relevo para os primitivos seixos talhados, os artefactos em pedra polida do Neolítico, os típicos machados da Idade do Bronze, as características cerâmicas e mós manuais da Cultura Castreja da Idade do Ferro e as cerâmicas importadas, as ânforas e os objectos de adorno em bronze que caracterizam a economia monetária do Período Romano. Reforçam ainda a ideia de que aqui, o visitante tem também acesso a uma extensa base de dados, na qual podemos pesquisar diversas informações sobre os sítios, os monumentos e o espólio arqueológico, assim como aceder a um roteiro virtual e ao visionamento de um filme sobre a história e a arqueologia do concelho. Nós, os mais novos, podemos ainda ter acesso a jogos didácticos, a diversa informação histórica e arqueológica e a várias actividades lúdico-pedagógicas apresentadas em formato adequado aos diferentes níveis etários e escolares.

Por isso, com os teus amigos, não deixes de fazer uma visita a este espaço cultural e veres com os teus próprios olhos quão bonitos e interessantes são os percursos da história da nossa região.”

Fonte: O Biblocas n.º 45

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Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA)


CMIA “…o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) é um espaço que resulta da recuperação das Azenhas de D. Prior, no âmbito do Programa Polis? É verdade, o CMIA proporciona o indispensável enquadramento técnico e logístico às actividades a desenvolver no Parque Ecológico Urbano de Viana do Castelo, cuja requalificação e valorização é uma das mais emblemáticas intervenções da VianaPolis. Com uma área de cerca de 20 hectares, o Parque Ecológico Urbano de Viana do Castelo está contíguo ao Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental. Sendo parte integrante do Estuário do Rio Lima, era nesta área que se reuniam as condições para a água da preia-mar ser “guardada” com o objectivo de pôr em funcionamento o moinho de maré da Azenha de D. Prior. Segundo um historiador local, a história do moinho inicia-se em 1803, quando António Pereira Pinto Araújo, Abade de Lobrigos e Dom Prior da Colegiada de Barcelos – que veio dar o nome às azenhas –, solicitou autorização à Câmara para “fazer todo seu” o terreno pantanoso, “por não ser útil a algum indivíduo” a fim de o drenar e tornar cultivável e assim “assegurar a pública felicidade a todos os viventes desta vila”. No entanto esse seu primeiro intento depressa desapareceu, pelo que em 1809 há referências à existência deste moinho movido pela força da maré, que está documentado na Carta Cadastral da Cidade de 1868, onde se pode ver a existência de 4 mós. Nos finais do século XIX, é provável que o industrial francês Jules Deveze tenha comprado as azenhas aos seus anteriores proprietários e lhe introduziu enormes melhoramentos, substituindo todo o maquinismo que seria de madeira, por outro de metal. Mais tarde, as azenhas foram compradas por Leão Fernandes, acabando por decair e sendo abandonadas, talvez na década de 1930.
O interesse em criar um parque urbano não é recente. Desde 1995 o Município manifestava interesse na requalificação e valorização ambiental deste local. Em 2000, Viana do Castelo candidata-se ao Programa Polis – Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades. São assim promovidas diversas intervenções na cidade, nas quais se insere o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental e o Parque Urbano da Cidade. Segundo os especialistas, a vegetação ocorrente e que caracteriza cada um dos biótopos é fortemente condicionada por dois aspectos fundamentais: presença permanente de água (formação hidrófilas) e influência de água com salinidade (formações halófitas). Existem assim, essencialmente, espécies vegetais que caracterizam biótipos como Morraçais, Gramatais, Juncais, Caniçais, Mata Ripária, Matos e Matagais Indiferenciados e Prados. Os princípios que fundamentam o desenvolvimento deste projecto são os seguintes: dinamizar um espaço verde com características distintas daqueles já existentes ou projectados para a cidade de Viana do Castelo; dinamizar um espaço vedado, que potencie e valoriza as características naturais do local e que proporcione óbvios benefícios directos e indirectos, para a qualidade de vida da população; dinamizar um espaço onde a sua gestão será tendencialmente sustentável, na procura de um equilíbrio entre as suas componentes funcionais, ecológica e paisagística; potenciar o desígnio da Educação Ambiental, como vocação central de todas as actividades a desenvolver neste espaço.
O Biblocas propõe-te que faças uma visita a este interessante espaço natural que integra a caldeira de D. Prior alimentada diariamente pela ribeira de S. Vicente e pela água da maré. Na Zona Norte, este é o único engenho que se conhece com recurso a este sistema e com a particularidade de ser quase integralmente construído em ferro.”

Fonte: O Biblocas .º 44


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… o Jardim Público de Viana do Castelo remonta a meados do século XIX?

É verdade, na Carta Cadastral da nossa cidade, 1868-1869, entre pequenos espaços ajardinados privados, conventuais e senhoriais, destaca-se o Jardim Público implantado entre a Doca do Castelo e a Doca da Dízima no Largo do Jardim. Era um espaço murado com dois portões, a nascente e poente, ladeados por colunas.
Tudo começou em 20 de Dezembro de 1845 quando a Câmara deliberou que se mandasse fazer o nivelamento do terreno e plantação de arvoredo no Largo de Santa Catarina, pagando-se a despesa necessária, e que se abonasse também quatro mil e oitocentos reis de aluguer anual de uma casa para se estabelecer a guarda para vigiar pela conservação do arvoredo e seu tapamento. Em meados do mês de Março de 1846 determinou que se publicasse por Edital a proibição de entrada no Passeio pessoas indecentes, crianças não acompanhadas e animais que pudessem destruir as plantações, organizando-se nesse sentido uma Postura Municipal. Este seria o primeiro jardim existente em Viana. Por razões várias, e porque este local estivesse projectado para, em parte, ser absorvido para a construção da doca comercial, a mesma Câmara Municipal, em sessão de 15 de Setembro de 1881, decidiu construir um novo jardim, no Largo de Pombal, em lugar central da cidade.
Segundo um historiador local o novo jardim, denominado “Passeio Público”, foi construído com um espelho de água ao centro, um coreto para a música, metálico, bem como bancos de ferro, colunas e candeeiros de iluminação pública a gás, tudo encomendado à Fundição do Bolhão, Porto, em Outubro de 1881. Com o gradeamento de ferro que o cercava, ficaram todas as obras concluídas em Abril de 1882. Abria assim este jardim por dois monumentais portões, um virado a Poente, o outro, virado para a já construída Ponte Metálica. A meio da vedação do lado Norte tinha ainda um pequeno portão de serviço. Ao longo dos séculos que nos separam da sua construção, o Jardim Público sofreu várias transformações – nomeadamente em 1888, onde foram feitas importantes obras de construção do Cais do rio Lima; em 1911, a Câmara Municipal retirou as grades e portões que o cercavam, sendo que no ano seguinte fez-se a divisão em talhões e a arborização do espaço até à Ponte Metálica; e, duas décadas mais tarde, numa iniciativa do Capitão Gaspar de Castro, todo o espaço do antigo “Passeio Público” juntamente com os terrenos ajardinados até à Ponte Metálica, numa extensão de 530 metros, foram reconvertidos e agrupados no Jardim Público Marginal –, até o conhecermos na actualidade como um local aprazível da nossa cidade, enquadrando assim uma trilogia, Jardim, Cais e Rio.



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Carreteiro da Abelheira

… o monumento erguido na Rotunda da Avenida da Abelheira (designada de Praça Dr. António Feio Ribeiro da Silva a partir de 12 de Abril de 2010) é de homenagem ao Carreteiro da Abelheira? É verdade, tal iniciativa partiu do executivo da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, que na sua reunião de 28 de Outubro de 2005, deliberou a construção de um monumento de homenagem a esta figura típica da Abelheira, que, com o seu trabalho árduo muito contribuiu para o desenvolvimento da cidade de Viana do Castelo, tendo sido um dos mais importantes meios da cadeia de distribuição de produtos desta cidade e arredores. De facto, o Carreteiro da Abelheira tinha por actividade fazer o transporte de materiais, em carros puxados por uma junta de bois. Como escreveria um historiador local, o Carreteiro, de vara na mão e sempre ao lado do carro, a sua faina, que começava bem cedo, consistia em transportar toros de madeira para as fábricas de serração e, destas, as tábuas já cortadas para as empresas. Mas, também fazia o transporte de materiais de construção civil para as obras da cidade e arredores; de todos os géneros alimentícios da doca comercial e da estação da CP para armazéns fornecedores, e, destes, para todas as mercearias espalhadas pela cidade. Foram muitas as gerações de carreteiros da Abelheira, das quais se destacam a família dos Lopes, dos Gaivotos, dos Vendeiros, dos Vianas, dos Arezes, dos Balinhas, dos Cambões, dos Maduros e dos Campaínhas. Eram estas famílias que dominavam os transportes de carga na cidade até ao advento da camionagem. A propósito, refira-se como curiosidade histórica, que os 26 sinos para Santa Luzia, comprados em 1947 à firma Serafim Jerónimo, de Braga, depois de terem estado em exposição no jardim público durante as festas da Senhora da Agonia, desse ano, foram transportados para Santa Luzia pelos carreteiros da Abelheira.
Para a concretização deste monumento, que contou com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior convidou o escultor vianense Manuel Gonçalves Rocha para o desenvolvimento e execução do projecto. Uma maqueta foi exposta na sede da Junta de Freguesia, de forma a dar a conhecer a escultura e de constatar as opiniões da população. Foi grande o impacto que gerou na população, tendo
sido alvo de grande polémica, uma vez que no projecto original o Carreteiro se exibia nu. Perante tal facto, a Junta de Freguesia reuniu com o escultor numa tentativa de o convencer a alterar a perspectiva da figura do Carreteiro. Assim, surge o “novo” Carreteiro vestido com todas as peças tradicionais (camisa, calças, colete, socos, boina), de vara na mão, comandando a junta de bois, cangados ao carro, puxando a sua carga (três octaedros – sólidos platónicos ou socráticos). O monumento executado é constituído por uma figura humana de 2,38 metros de altura em bronze oxidado a verde, dois bois em aço corten, um carro de bois com 5,5 metros de comprimento, também em aço corten, e duas cangas em bronze e latão dourado.
O monumento foi inaugurado em 20 de Março de 2010.



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Estação do Caminho de Ferro

“... o edifício da Estação do Caminho de Ferro foi construído entre 1878 e 1882? Pois é! Esta é data exacta da sua construção. Também ficas a saber que o autor do projecto foi o Eng. o Alfredo Soares e para que a sua construção fosse possível teve de se demolir, em 1877, o antigo Convento de S. Teotonio dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, ou dos Crúzios, convento que havia sido fundado em 1631.
O Eng. o Alfredo Soares nasceu na cidade do Porto, a 26 de Outubro de 1852 e faleceu na mesma cidade a 27 de Junho de 1889. De 1867 a 1872 tirou o curso de Engenharia civil na antiga Academia Politécnica do Porto. Em obediência às determinações regulamentares do tempo, frequentou a aula de Arquitectura da Academia Portuense das Belas-Artes pelo que concorreu à 10.ª Exposição trienal de 1869 com um projecto de monumento a D. João I.
Após a obtenção do seu diploma e ter realizado uma viagem de estudo por algumas nações "da 'Europa, o En . o Alfredo oares ingre a no quadro da obras-Públicas, sendo, à data do seu falecimento, Engenheiro de 2. "classe.
Serviu por muitos anos a Direcção da Construção dos «Caminhos-de-Ferro do Minho-e-Douro», presidindo à construção da 4. a Secção da linha do Minha e desempenhando as funções de Engenheiro-chefe da Construção daquelas linhas. Foi nesta fase da sua vida profissional que o Eng. o Alfredo Soares projectou e dirigiu a construção da Estação do Caminho de Ferro de Viana do Castelo. Segundo os entendidos, esta é «a sua obra capital e que bem define a garra de um Engenheiro completo, por ser também, caso nada vulgar, admirável desenhador».
Referindo-se ao magnífico edifício da nossa Estação, escreveria o escritor Ramalho Ortigão, em 1887, numa das suas «Farpas»: "O viajante é agradavelmente surpreendido logo ao chegar [a Viana do Castelo] pelo aspecto da gare, uma das maiores e belas do país. Esta construção, dirigida por um jovem Engenheiro do Porto, reúne a uma perfeita elegância de linhas gerais e a uma grande harmonia de proporções a mais esmerada mão-de-obra, o mais fino acabamento de todos os detalhes”.




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Escola da Avenida | Escola Alfredo de Magalhães


... a Escola da Avenida tem o nome de um senhor que foi Ministro da Instrução, ao tempo da construção da mesma escola? É verdade, trata-se do Dr. Alfredo de Magalhães e o seu nome está ligado à construção de outras escolas, mas esta é das mais bonitas que até ali se havia construído.
A primeira pedra desta escola foi lançada em 12 de Dezembro de 1928, altura em que o Dr. Alfredo de Magalhães, acompanhado dos respectivos secretários e doutras personalidades do governo da época, se deslocou à nossa cidade para simbolicamente colocar a pedra que continha o auto assinado pelos Ministros e por outras pessoas de destaque. Segundo relatos da época, bateu com o martelo as pancadas da praxe. Foi nessa cerimónia que um responsável do Pelouro da Instrução manifestou, em nome da população vianense, o propósito de a futura escola passar a denominar-se de "Escola Dr. Alfredo de Magalhães". Nessa altura houve uma cerimónia muito bonita, com muitas pessoas a assistir, sentadas num estrado erguido no terreno onde seria construída a escola. O Dr. Alfredo de Magalhães, seria ainda surpreendido com a oferta de um lindo ramo flores por crianças de diversas escolas primárias, bem como a quantia de cem escudos (moeda antiga que bem conheceste ou deves ter ouvido falar) destinada à maternidade Júlio Dinis, que ele mandaria erigir na cidade do Porto. A obra ficaria concluída em 1933.
A beleza da sua arquitectura realça-se na própria frontaria, um modelo arquitectónico que segundo os entendidos de arte dizem ser «segundo revivalismo», com esfera armilar, ombreiras e dintéis de sabor «neomanuelino», ou seja, o estilo a seguir ao «manuelino», aquele estilo que tu já ouviste falar da época dos descobrimentos (reinado de D. Manuel I). De facto, os dois painéis de azulejos colocados nos flancos da frontaria representam a época dos descobrimentos, reproduzindo excertos dos «Lusíadas», essa extraordinária obra do poeta dos poetas, Luís de Camões. Realce-se ainda, na sua frontaria, os dois fontanários, rematados por duas pequenas estátuas de crianças (um rapaz e uma rapariga estudantes), em granito.
Com início em Novembro de 1997, a escola sofreu importantes obras de remodelação e ampliação, por forma a adaptar-se às novas exigências pedagógicas e do ensino e, tornando-a num espaço mais acolhedor, mais atraente e mais seguro. Foi reaberta, oficialmente, no dia 8 de Janeiro de 1999.”



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Elevador de Santa Luzia

"... o Elevador de Santa Luzia, hoje propriedade da Câmara Municipal, foi inaugurado no dia 2 de Junho de 1923? É verdade e foi seu promotor uma personalidade conhecida na nossa cidade, que até tem nome de rua, Bernardo Pinto Abrunhosa. À data, a construção deste grande melhoramento para a cidade foi da responsabilidade da «Em preza do Elevador de Santa Luzia». Os seus 650 metros de extensão, 160 metros de desnível e 25% de inclinação média, colocam-no no topo dos de maior curso do país, já que o da Nazaré tem 310 metros; o da Bica, em Lisboa, 283m; o da Glória, também em Lisboa, 276m; o do Bom Jesus, em Braga, 274m; e, o do Lavra (Lisboa), 188m. Antes de ser encerrado, o Elevador, tinha duas carruagens, cada uma delas com a capacidade para 25 pessoas, equipadas com instalação eléctrica (Brown Boveri) - sendo o motor trifásico rotor bobinado de 50 Kw, 380 v, 50 hz - dispositivos de segurança e 2 rodados especiais. Deslocava-se a uma velocidade de 1,5 metros por segundo  e levava 7 minutos a percorrer os 650 metros. Como vês, pelas suas características e pelo seu enquadramento na paisagem, o Elevador de Santa Luzia, também conhecido por Funicular, é hoje considerado uma espécie de monumento para Viana do Castelo. Outro facto curioso é que, no último ano de funcionamento (2001), o mesmo funicular foi utilizado por cerca de 40 mil pessoas, pagando na altura 120 escudos por viagem.
Este elevador, que estava encerrado há cerca de cinco anos, deverá retomar a actividade em Maio do corrente ano, após conclusão de obras de valorização. Desde a sua inauguração (1923) até Agosto de 1944, os responsáveis pela sua exploração foram a «Em preza do Elevador de Santa Luzia»; de Agosto a Outubro de 1944, a Direcção Geral dos Caminhos de Ferro; a partir de 6 de Agosto de 1945 é retomada a exploração do mesmo, agora com a designação de «Funicular de Santa Luzia»; a partir de Novembro de 1946, passa a estar a cargo directo da Câmara Municipal, contrato que viria a findar em 24 de Novembro de 1951, sendo o elevador entregue à Direcção Geral de Transportes Terrestres que, por sua vez, o transferiu para a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses; de 1988 a 19 de Abril de 2001 é concessionado à empresa «Somartis, Lda.», ficando inactivo desde aquela data.
Gostaríamos de te recordar que as obras de valorização foram iniciadas em 2003, logo após a transferência do mesmo para a propriedade da Câmara Municipal.”



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Busto / Monumento a Cláudio Basto

... o busto / monumento a Cláudio Basto, implantado no recinto do antigo Liceu - hoje Escola Secundária de Santa Maria Maior - é da autoria do escultor vianense Manuel Rocha? É verdade, desse escultor já te falámos quando nos referimos ao monumento a Viana do Castelo (também da sua autoria), erigido junto à Fortaleza de S. Tiago da Barra.
O busto / monumento a Cláudio Basto foi inaugurado em 1986 e implantado nas imediações do antigo Liceu. A iniciativa de se erigir tal monumento integrou-se nas comemorações do 1. o Centenário do Nascimento deste ilustre etnógrafo e professor Vianense, médico­cirurgião de profissão, nascido a 23 de Agosto de 1886 e falecido em 1946.
Cláudio Filipe de Oliveira Basto, seu nome completo, frequentou a Escola Primária e concluiu o Curso Geral dos Liceus, em Viana do Castelo. Foi nesta linda cidade do Lima que Cláudio Basto iniciou a sua carreira de escritor, vindo a celebrizar-se, mais tarde, como etnógrafo.
As comemorações do 1º Centenário do Nascimento de Cláudio Basto, eram realizadas conjuntamente pelo Centro de Estudos Regionais (CER), pela Câmara Municipal de Viana do Castelo e pelo Arquivo Distrital, no mês de Agosto de 1986. Do programa constaram uma sessão solene de abertura, no dia 23, no auditório do Arquivo Distrital e uma sessão de apresentação da reedição do livro «Traje à Vianesa», de Cláudio Basto, no dia 29, na velhinha Biblioteca, seguindo-se uma mesa redonda sobre «Cláudio Basto - a vida e a obra», no Salão Nobre da Câmara Municipal. A 23 de Dezembro desse mesmo ano, inaugurou-se uma exposição biobibliográfica, no Arquivo Distrital, encerrando-se as comemorações com a inauguração do busto / monumento que, como te dissemos, é da autoria do escultor vianense Manuel Rocha e seria colocado junto ao antigo Liceu, onde Cláudio Basto havia sido professor.
Pena é que não se respeite o monumento, pois tem vindo, constantemente, a ser vandalizado. Não te esqueças de dizeres aos teus colegas que aquele ali representado foi um grande professor e um excelente escritor.”




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Monumento a D. Afonso III

“… o monumento implantado e nas proximidades da via de acesso à ponte metálica é dedicado a D. Afonso llI, o rei que atribuiu o foral de Vila à nossa cidade em 1258? É verdade, o referido monumento insere-se no propósito da Câmara Municipal em criar espaços verdes, valorizando esses mesmos espaços com a vertente monumental e artística, rodeando-os também com um conjunto de vias que possam contribuir para a clarificação e fluência de trânsito.
O monumento ao Rei Fundador do município com 12 metros de altura e constituído por 24 blocos de mármore de Estremoz; raiado de rosa, medindo cada um 50x50x100cm, obra do escultor Paulo Neves, faz alusão aos diversos aspectos da vida e acção daquele Rei. Assim, um escudo, no lado esquerdo, induz o carácter ao guerreiro; uma asa, no lado direito, assinala as características de protector do Reino; as linhas rectílinias da cabeça representam a coroa de Rei, ao passo que a parte posterior da escultura, através de uma subtil disposição em espiral, evoca o crescimento e construção do Reino de que foi derradeiro conquistador.
O escultor Paulo Neves, trabalha com madeira, pedra e outros materiais. Tem exposto em países como Holanda, França, Moçambique, Mónaco, Espanha, Alemanha, Estados Unidos da América e Brasil. Segundo o escritor António Ramos Rosa «A natureza também cria, a criação na escultura de Paulo Neves é claramente partilhada, com uma humildade que não esconde a mestria técnica e a riqueza do seu imaginário. Assistimos a um ritual antigo, a um corpo a corpo com a matéria, a uma troca de poderes, de fluídos, de segredos até que a matéria é de novo habita, se torna detentora de uma nova alma, de um ser, que é o ser das estátuas e o ser do mundo revisto pelo olhar do escultor». Aqui fica uma sugestão: procura apreciar este e outros monumentos da nossa cidade!”




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Monumento a Manuel Couto Viana


... no dia 11 de Abril de 1992, a Câmara Municipal de Viana do Castelo realizou uma homenagem ao artista vianense Manuel Couto Viana? É verdade, essa homenagem foi para comemorar o 1. o centenário do seu nascimento e o programa comemorativo constou de uma sessão solene no salão nobre dos antigos Paços do Concelho, presidida pelo então presidente a Câmara, Dr. Branco Morais, do descerramento de uma lápide alusiva à efeméride na casa onde nasceu e viveu, e da inauguração dum monumento que consagra a memória do homenageado. É desse monumento e da vida de Manuel Couto Viana que hoje te vamos falar.
O busto em bronze, assente num pedestal em granito, é da autoria do escultor Joaquim Barbosa e está colocado no Largo que passou a ter o nome do homenageado, na conhecida urbanização da "Socomina".
Com base num apontamento biográfico feito pelo seu filho e poeta António Manuel Couto Viana, podemos adiantar-te que Manuel Couto Viana, era filho do comerciante e industrial vianês Manuel Martins do Couto Viana e de Maria Adelaide da Silva Rodrigues de Carvalho, e nasceu em Viana do Castelo, a 13 de Março de 1892, na casa do seu pai, conhecida na altura pela «Casa do Doutor», na actual Praça da República onde foi descerrada a lápide comemorativa que atrás te referimos.
Depois de ter frequentado o curso dos liceus na sua terra natal e no Liceu Central do Porto, e desiludido com a marcha política do país, resolveu ir formar-se em engenharia na Alemanha, na Universidade de Charlsttenburg, de Berlim, para onde seguiu em 1912. Ao tempo, era ele colaborador assíduo do periódico vianês «Folha de Viana», dirigida por João da Rocha (o Frei), onde deixou vasta mas anónima prosa literária, a par de algumas ilustrações. Em Viana do Castelo e seu Distrito, Manuel Couto Viana foi autor de capas de livros de autores da região, cartazes de festas, ilustrações em jornais e revistas, decorações de exposições, récitas teatrais, organizações de cortejos, desenhos de lápides, restauração de velhos solares, etc. Foi, ainda, editor e redactor principal do jornal «Notícias de Viana», do «Arquivo de Viana do Castelo» e, com Abel Viana e Alberto Meira, do «Anuário do Distrito de Viana do Castelo». À sua acção se deve o renascimento do uso do traje regional.
Em 1945, foi chamado a Lisboa para ocupar o cargo de Secretário da Junta Central das Casas do Povo. Continua a desenhar, sendo o director artístico e principal ilustrador do «Mensageiro das Casas do Povo», em 1946 a 1970. Continua, também, a escrever crónicas, estudos etnográficos, contos, memórias, que foram reunidas, juntamente com alguns inéditos, no livro «Ferro-Velho», dividido em dois volumes, editados em 1989 e 1990 pela Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Manuel Couto Viana morreu em Lisboa, a 7 de Dezembro de 1970.”



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Monumento a Manuel Espregueira

“... o busto existente no jardim público da beira rio, a escassos metros da ponte metálica e junto à Avenida Camões é de uma destacada figura vianense que se chamava Manuel Espregueira? De certeza que já ouviste falar no seu nome! Mas, o seu busto de bronze, assente num plinto de granito, foi inaugurado em 21 de Agosto de 1936. Esta personalidade foi de extrema importância para a nossa cidade. Manuel Afonso Espregueira nasceu em 5 de Junho de 1835 e faleceu em 28 de Dezembro de 1917, na quinta que possuía na freguesia de Vila Franca, donde o seu corpo foi trasladado para a igreja de Santo Antônio e viria a ser sepultado na capela da quinta da Abelheira.
Manuel Espregueira era bacharel em Matemática pela Universidade de Coimbra e engenheiro pela Escola de Pontes e Busto de Manuel Espregueira Calçadas de Paris. Para além da sua actividade profissional, este ilustre vianense foi um político activo, deputado em várias legislaturas, par do reino, conselheiro de Estado, ministro da fazenda na última década da Monarquia, e foi galardoado com distintas comendas e condecorações, Foi também autor de memórias, relatórios e diversos estudos relacionados com a sua especialidade.
A sua acção em prol do desenvolvimento de Viana do Castelo está bem patente na realização de diversas e importantes obras, das quais destacamos a estrada para Santa Luzia, a doca e o cais do rio Lima, o edifício da estação do Caminho de Ferro e a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra.
Ainda em vida foi homenageado pela Câmara Municipal que atribuiu o seu nome à antiga Rua de Santa na. Mais tarde, aquando da implantação da República retiraram o seu nome dessa rua e deram-lhe o nome de Carlos Reis que, segundo um historiador vianense, por Viana nada fez e nem de cá era.
Só mais tarde, a partir de 6 de Julho de 1922, a Câmara Municipal determinou passar a denominar a antiga Rua de S. Sebastião de Rua Manuel Espregueira, hoje, uma das mais movimentadas e longas artérias da cidade. A 4 de Junho de 1930, a Câmara Municipal deliberou mandar erigir-lhe um busto num dos principais lugares. Em 1931, o busto da autoria do escultor portuense Henrique Moreira já se encontrava em Viana mas teve que aguardar cinco anos (26.08.1936) para ser inaugurado, numa cerimónia muito modesta, como noticiaria o Jornal «A Aurora do Lima»: “… assistindo algumas pessoas da família, autoridades e elemento oficial, sendo a guarda de honra feita por um piquete dos Bombeiros Voluntários”.
Se fores ao Jardim Público marginal, não te esqueças de procurar este monumento que, como outros, assinala os feitos daqueles que nos antecederam. E neste caso concreto, o ilustre vianense Manuel Espregueira!”



Busto erguido em homenagem ao militar, engenheiro e político Manuel Afonso Espregueira. Localiza-se no início do Jardim Dom Fernando.

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Monumento ao Pescador

“... o monumento ao pescador, colocado na rotunda do Campo do Castelo, é da autoria do escultor José Rodrigues e foi inaugurado oficialmente a 22 de Dezembro de 1989? É verdade, este monumento surge por proposta do então vereador da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Maurício Sousa, em reunião de 9 de Dezembro de 1987, com o intuito de dotar a cidade de elementos escultóricos com referências culturais e marcas inconfundíveis da sua identidade. Prestar homenagem ao pescador vianês, exaltando o seu labor e coragem, no contacto diário com o mar - elemento omnipresente no destino da nossa cidade - , constituiu o motivo principal que presidiu à vontade da Câmara Municipal e dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo para a concretização deste projecto. Na altura, a proposta seria feita da seguinte forma: " ... Sendo uma cidade com um passado, um presente e um futuro indissociável do mar e da gente que a ele se entrega ­ os pescadores - torna-se imperioso que os seus habitantes e o seu município reconheçam, publicamente, o esforço, por vezes dramático, do pescador vianês, a sua tenacidade e a coragem demonstradas no afrontamento diário à adversidade. Este homem sofrido, assume-se como uma figura central do enleio existente entre a cidade, o rio e o mar. Qualquer percurso a empreender no sentido de desenvolvimento desta cidade e desta região, cruza, inevitavelmente, com estes três elementos, pedras basilares de vitalidade de Viana do Castelo. Perante o exposto proponho: [...] a viabilização da construção de um monumento intitulado «Viana, terra de mar ­ Homenagem ao Pescador»". A 27 de Fevereiro de 1988 a Assembleia Municipal autoriza a construção desse monumento e a 19 de Abril desse mesmo ano, a Câmara Municipal delibera por unanimidade, adjudicar, por ajuste directo, ao escultor José Rodrigues a execução do "Monumento ao Pescador", pelo preço de 7.000.000$00 (sete mil contos). O seu financiamento seria assegurado pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, processado ao abrigo da lei do Mecenato Cultural, publicado em 1986, por iniciativa do Ministério da Educação e Cultura.
Esta escultura, segundo a opinião do pintor Aníbal Alcino, "tem movimento, tem acção, tem dramaticidade e constitui um todo, bem concebido, bastante arrojado e harmonioso, representando um grupo de «marinheiros», «náufragos», que lutam, unidos, contra a procela do mar, agarrando-se aos restos de um possível resto de navio, ou casco de barco, capa de ferro, destroçada, simbolizada por uma forma quadrangular, mais como que um «losango», erguido ao alto, de «bronze», prestes a afundar-se, mas a que ainda se agarram, por grossas cordas, com desespero, os homens que vivem lutando com o mar do outro lado, familiares, sempre com pavor da morte, ou na esperança da sobrevivência, figuras do povo, comparticipam naquele drama encostando-se no pólo oposto à chapa, dura, que é coo que a última «tábua» de salvação que nos resta…
Para apreciares esta obra de arte que embeleza a nossa cidade, sugerimos uma ida até ao Campo do Castelo, perto da Capela de Nossa Senhora da Agonia, para reparares nos pormenores que simbolicamente representam as ideias apresentadas nesta descrição.”




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Monumento ao folclore


“... a escultura que se encontra junto à Estação é de homenagem ao folclore vianense?
É verdade, o grupo escultório é da autoria do escultor Jaime Azinheira e foi inaugurado no dia 18 de Junho de 2000. Tudo aconteceu por altura das comemorações do 742. o Aniversário da outorga de Foral à povoação da Foz do Lima, que passou a designar-se de Viana, com o estatuto de vila. A cerimónia de inauguração deste monumento teve início às 10 horas e 30 minutos desse mesmo dia, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, tendo os convidados, no final da sessão, seguido para o Largo da Estação, onde se localiza a escultura, em bronze, que representa um casal de bailarinos envergando traje vianês, envolvidos num passo de dança e "modelados de modo largo em posição que acentua os aspectos vitalistas da coreografia" - segundo dizem os entendidos.
Esta peça, depois do Monumento ao 25 de Abril, da autoria de José Rodrigues e da escultura a Viana do Castelo, de Manuel Rocha (monumentos de que já te falámos), é a terceira de um conjunto projectado pela actual Câmara Municipal, presidida pelo Dr. Defensor Moura, para enriquecer o património escultórico da cidade.
Para que fiques a saber algo mais acerca do escultor Jaime Azinheira, podemos adiantar-te que é licenciado em Artes Plásticas e professor do Departamento de Escultura da Faculdade de Belas Artes, do Porto. Este nosso amigo, já realizou duas importantes exposições individuais, "Serões, 5 Histórias em três Dimensões" e "Diálogo com as Máscaras", tendo também desenvolvido actividade como designer, gráfico e ilustrador e como cenógrafo, figurinista e aderecista para várias companhias teatrais. Tem obras públicas na Figueira da Foz, Vila Nova de Famalicão, Póvoa de Varzim e Vila de Conde, estando também representado em vários museus e colecções públicas e particulares.
As figuras, que tu podes contemplar à entrada da Estação, com cerca de 2.5 metros de altura, em cima de um plinto granítico colocada na nova escadaria que restitui àquela praceta o seu figurino inicial.”



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Monumento a Pero do Campo Tourinho

“... o monumento que se encontra ao fundo da avenida, dedicado a Pero do Campo Tourinho é da autoria do escultor Luís Ramos de Abreu? É verdade, este monumento foi inaugurado no dia 26 de Setembro de 1992 - pelo então Presidente da República, Dr. Mário Soares -, no mesmo dia que se prestou homenagem aos Navegadores Vianenses, pois, para além da sua inauguração depôs-se uma coroa de flores no monumento a João Álvares Fagundes, personalidade de quem já te falamos no "Biblocas" de Abril de 2003. Na ocasião da inauguração, o Prof Adão da Fonseca evocou João Álvares Fagundes, Tourinho e Fernão de Magalhães, e a Dra. Maria Barroso leu o poema «Magalhães» de Fernando Pessoa. De referir, que o escultor Luís Ramos de Abreu é natural da freguesia de Carreço, do nosso concelho, e o arranjo e respectivo enquadramento no local onde está implantado deve-se ao Arq. o Marques Franco, muito conhecido na nossa cidade.
Assinale-se que um exemplar do busto de Tourinho realizado por Ramos Abreu foi oferecido pela Câmara de Viana do Castelo ao município brasileiro de Porto Seguro, dadas as afinidades entre estas duas cidades que advêm do facto de ter sido Pero do Campo Tourinho o capitão­donatário de Porto Seguro, quando D. João III em 1534 resolveu dividir o Brasil em capitanias.
Pero do Campo Tourinho, como o próprio nome indica morava, em 1517 - segundo um documento antigo -, perto do Campo do Forno (hoje Praça da República). O apelido «do Campo» está relacionado com este espaço, onde ele mesmo residia. Segundo um historiador da nossa cidade, outros vianenses com o nome de Pero ou Pedro viviam no mesmo arrabalde, e o facto de entre essa dúzia e meia de moradores apenas este se chamar «do Campo», para o distinguir de outros habitantes da povoação, estará relacionado com o prestígio de que gozava no seu meio social. O apelido Tourinho tem a ver com a origem geográfica dos seus antepassados: Tourinho. Tourinho quer dizer originário de Turim, nome antigo da freguesia de Amonde, situada nas margens do rio Âncora.
Como vês, vale a pena visitar este lindo monumento que reflecte um pouco do passado de um ilustre vianense.”



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Praça da Liberdade / Monumento ao 25 de Abril

“... o monumento que se encontra ao fundo da Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, comemorativo do vigésimo quinto aniversário do 25 de AbriI, é da autoria do artista e escultor José Rodrigues? É verdade, este monumento surge como "homenagem da Câmara Municipal de Viana do Castelo aos cidadãos que sofreram e que morreram vítimas da injustiça e da opressão e louvor à nobre geração de Abril, que há 25 anos, quebrou as correntes e abriu as portas da Liberdade ", conforme se pode ler no próprio monumento.
Sabes como tudo aconteceu? Já há muitos anos os vianenses sonhavam com um monumento ao 25 de Abril, chegando até a colocar uma primeira pedra no Largo 1.º de Maio. Por isso, um dia o Senhor Presidente da Câmara Municipal, Dr. Defensor Moura, agarrou a ideia de projectar uma grande praça ao fundo da avenida. Se assim pensou assim se fez, dominando esse espaço de Praça da Liberdade. Aí resolveu erigir um grandioso monumento ao 25 de Abril e, depois de muito reflectir, já que o escultor convidado deveria corresponder à dimensão e à Dr. Defensor Moura e José Rodrigues junto ao monumento importância do monumento, escolheu o grande artista José Rodrigues. Conversaram muito a propósito das intenções do Senhor Presidente da Câmara e as ideias foram surgindo, até que o ilustre escultor conseguiu, finalmente, encontrar a forma ideal para contemplar o sonho de tanta gente que sofreu o tempo da ditadura e a vontade de homenagear os mártires da Liberdade, que o Dr. Defensor Moura tinha pensado: «o arco de triunfo da liberdade como porta que se abre para deixar ver a cidade após a ruptura do cadeado que sujeitara os homens». O monumento tem dezasseis metros de altura e foi executado em aço CORTEN, deforma aficar protegido do desgaste da ferrugem ao longo dos tempos.
Para ficares a saber algo mais acerca do escultor, desenhador e gravador José Rodrigues, podemos revelar-te que nasceu em Luanda (Angola) em 1936, é diplomado em Escultura pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde foi professor. Actualmente é director, animador e professor da Cooperativa Árvore, do Porto. Está ligado, como um dos principais dinamizadores, às Bienais de Cerveira, um dos maiores acontecimentos ligados às artes que se realiza em Vila Nova de Cerveira. Fez a primeira exposição em 1973. Recebeu vários prémios, dos quais destacamos o Prémio Sousa Cardoso, de pintura, o Prémio da Imprensa pelo melhor espaço cénico e o Prémio de Escultura, em Vila Nova de Cerveira, em 1982. Em Viana do Castelo, José Rodrigues, é também o autor do monumento ao Pescador, existente na rotunda, no Campo da Agonia.”



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Monumento a Viana do Castelo

“... o monumento a Viana do Castelo erigido junto à Fortaleza de Santiago da Barra é da autoria do escultor Manuel Gonçalves Rocha? Pois é, este nosso amiguinho nasceu na freguesia de Monserrate, Viana do Castelo, em 1942. Estudou na Escola Primária do Carmo e no Liceu Nacional de Viana do Castelo. É licenciado em escultura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, tendo sido bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Fez o Curso de Ciências Pedagógicas da Faculdade de Letras do Porto e o Estágio Pedagógico na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis. Actualmente, é professor do 5. o grupo na Escola Secundária de Monserrate.
Manuel Rocha tem participado em várias exposições e realizou várias cenografias para a oficina de Teatro do Centro Cultural do Alto Minho. Executou diversos troféus e medalhas, tendo também uma vasta obra gráfica publicada.
A propósito da estátua alegórica a Viana do Castelo, o escultor afirma ter-lhe surgido a imagem de uma mulher de panejamento ao vento virada para a entrada da barra, com uma mão ofertando um malmequer e com a outra segurando um barco típico da Ribeira. E, como a peça executada fica em local agressivo devido à proximidade do mar, foi utilizado o bronze como metal de execução. Esta estátua tem cinco metros de altura colocada em pedestal de igual medida, o que perfaz 10 metros, resultando num harmonioso contraponto com a antiga Torre dos Pilotos da Barra e a enormidade dos guindastes da unidade de construção naval que lhe serve de fundo.
Para a execução do monumento foram precisas cerca de 2960 horas/homem distribuídas pela concepção, modelagem, montagem, formação e fundição.
Outro facto curioso é que se gastaram à volta de 350 quilogramas de aço, 32 metros de madeira para cofragem, 50 barrotes de madeira de pinho, 1600 quilogramas de barro de modelação, 85 sacos de gesso estuque, 17 quilogramas de sisal e 3 toneladas de bronze. Para dourar a carnação da escultura gastou-se cerca de 2000 folhas de ouro de 24 quilates no formato de 8x8 centímetros.
O monumento foi inaugurado no dia 5 de Outubro de 1999.”



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Monumento a João Alvares Fagundes

... mesmo em frente ao antigo edifício da alfândega, numa área de terreno conquistada ao rio, existe uma estátua que representa uma das grandes figuras de Viana? É verdade, a figura aí representada é, João Álvares Fagundes, um grande navegador vianense, capitão da Terra Nova, descobridor do Canadá e das Ilhas do Bacalhau, cavaleiro da Casa de El-Rei, uma figura quase lendária do nosso burgo. Inicialmente, esta estátua esteve no Jardim Público marginal (topo poente), sendo transferida para o actual local em 1991, devido à recolocação da estátua de Viana (1990), depois de ter estado no Largo da Altamira, durante várias décadas.
Mas quem era João Álvares Fagundes? Sabe-se que era natural de Viana, filho de Álvaro Anes Fagundes, e deve ter nascido por volta de 1470, em plena época dos descobrimentos. Descendia duma família importante - os Fagundes que haviam sido enobrecidos por D. Afonso III pelos seus notáveis trabalhos na fortificação de Viana - e tinham como privilégio o uso de brasão. Por ter sido criado junto ao nosso porto de mar, cedo se entusiasmou pela actividade naval, e veio a revelar-se uma personalidade importante na época dos descobrimentos. A viagem de João Álvares Fagundes, de que há conhecimento documentado, é aquela a que faz referência uma carta de doação do rei D. Manuel I, com data de 1521, da qual se conhece uma pública forma passada em Viana e que o nomeia capitão das «Ilhas Fagundas». Segundo dizem os historiadores, essa viagem deve ter sido realizada de Abril a Outubro de 1520, ou por igual período, nos anos antecedentes mais próximos. Mas a notabilidade deste ilustre navegador não ficou por aqui. Desempenhou cargos importantes, exercendo por duas vezes, o mais alto cargo municipal, isto é, «juiz pela ordenação». Faleceu cerca do ano de 1522 e está sepultado na Sé Catedral de Viana do Castelo, na capela do Santo Cristo.
Esta imponente estátua de bronze de homenagem a João Álvares Fagundes, obra realizada em 1958, é da autoria do escultor Joaquim Barbosa. O primeiro passo para a construção deste monumento deu-se na sessão camarária de 7 de Junho de 1956, onde foi nomeada uma Comissão de Honra e uma Executiva pró-monumento. Em 12 de Setembro de 1957 a Câmara deliberou consultar a Comissão de Arte e Arqueologia sobre o local a colocar o monumento e, em 21 de Julho de 1958, resolveu tomar a seu cargo a construção do referido monumento, cujos custos foram os seguintes: ao escultor Joaquim Barbosa, sessenta e um mil escudos; à Fundição Arte, de Vila Nova de Gaia, cinquenta e cinco mil escudos; a Manuel Alves Barbosa (execução do pedestal), trinta mil escudos. Em 25 de Agosto de 1958 a Câmara decidiu encarregar a Fundição Arte, de Vila Nova de Gaia de proceder à fundição de 38 letras e de um baixo relevo, em bronze patinado, evocando o investigador canadiano William Canong que em muito contribui para que melhor se conhecesse o feito de João Álvares Fagundes, destinados ao pedestal do monumento. Segundo um historiador da época, para a inauguração, a estátua foi coberta com uma zarapilheira. Estava prevista uma cerimónia de inauguração em que falaria um orador canadiano. Por motivos desconhecidos, a cerimónia não se realizou: da noite para o dia, um trabalhador da Câmara com o auxílio de uma escada arrancou a zarapilheira e foi assim inaugurada a estátua deste insigne navegador.”




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Igreja de Santo António

“... a Igreja de Santo António, concluída em I625, ano de funcionamento do convento anexo, foi até há bem pouco tempo propriedade da Câmara Municipal?
É verdade, foi precisamente no ano de 2002, por deliberação camarária, que a referida igreja passou para a posse da Paróquia de Sta. Maria Maior. Pela sua importância, vamos-te contar um pouco da história deste monumento.
A Igreja de Santo Antônio pertenceu ao antigo convento dos Franciscanos Capuchos que complementava um outro, conhecido pelo nome de Convento de S. Francisco do Monte, hoje completamente abandonado. O convento a que a igreja de Santo António pertencia foi fundado em 1612 por um fidalgo da Casa Real chamado António Martins da Costa, que também foi governador de Santa Cruz de Cochim e comendador de Arguim (Índia) na Ordem de Cristo. A vasta área hoje ocupada pelos cemitérios Municipal e da Ordem dos Terceiros de S. Francisco pertencia ao antigo convento dos Franciscanos.
Nos princípios do séc. XVIII, quando a Província Portuguesa da Ordem Franciscana se dividiu em duas, a sede da nova Província, chamada da Imaculada Conceição, ficou neste convento de Viana. Mais tarde, passou para Túmulo do fundador a posse do Estado, onde, em 1840, uma boa parte da área passou a servir de Cemitério Público e no edifício do convento estabeleceu-se o Hospital Militar, depois enfermaria militar no decurso do séc. XX até à década de 70, sendo hoje o Centro Social e Paroquial de Sta. Maria Maior. O templo passou à posse da Câmara Municipal e a limpeza, assistência e conservação da igreja, bem como do cemitério, passou a ficar a seu cargo. Assim, a igreja de Santo António, ao longo dos tempos, sofreu obras de beatificação básica, incluindo a fachada exterior.
No interior, esta igreja possui um excelente tesouro artístico onde se podem destacar retábulos de altares e pinturas assim como o túmulo do fundador.
Faz uma visita a este monumento para ficares a conhecê-lo melhor!”



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Biblioteca Municipal de Viana do Castelo – Edifício Actual

“... a criação da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo remonta à segunda metade do século XIX? É verdade. No entanto, à falta de- instalações próprias, acordou-se, em sessão de Câmara de 1888, depositar os livros na biblioteca do Liceu Nacional, a funcionar no Palácio dos Cunhas, onde hoje está instalado o Governo Civil. Dado que não passava de um amontoado de livros, em 1912, uma figura ilustre da nossa cidade, o Pe. Dr. Rodrigo Fernandes Fontinha, propôs receber os livros legados à Câmara, instalando provisoriamente a biblioteca numa sala dos antigos Paços do Concelho. Por isso, a biblioteca completa no presente ano de 2002, noventa Arq. Siza Vieira (Foto Eduardo Gajeiro) anos de abertura ao público, o que é para nós motivo de orgulho e satisfação.
Em Novembro de 1923 as instalações da Biblioteca Municipal são transferidas para o edifício do Museu Regional, no Largo de S. Domingos, edifício de que já te falamos nesta página, tendo aí permanecido até 1966. Desta data em diante voltou a conhecer um novo espaço, na Casa dos Alpuins, mesmo ao lado da actual biblioteca, que em resultado de um acordo estabelecido entre a Câmara Municipal e o Instituto Português do Livro e da Leitura (IPLL), para aqui foi transferida em 1989. A partir dessa data, em resultado desse acordo, a Biblioteca é renovada no âmbito da Rede Nacional de Leitura Pública.
Passados todos estes anos, projeta-se agora uma nova biblioteca, em novo edifício a construir junto ao rio, perto do monumento ao 25 de Abril, numa praça que se passará a chamar "Praça da Liberdade". O projecto desta nova biblioteca é da autoria de um arquitecto português conhecido em todo mundo, chamado Álvaro Siza Vieira. Isto acontece porque a biblioteca actual já não dá respostas às exigências e solicitações da comunidade a que pertencemos. Assim, a nova Biblioteca Municipal de Viana do Castelo será de maiores dimensões, com bastante luz, bem moderna e bonita, e adequada ao nosso concelho.”



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Largo Vasco da Gama

"... o Largo Vasco da Gama chamava-se antigamente de Largo de Santo Homem Bom? É verdade, o nome antigo do largo relaciona-se com o Santo Patrono "dos Alfaiates", cuja origem vem da capelinha que existe nesse mesmo largo e que hoje se chama de "Nossa Senhora das Candeias".
Neste largo encontramos com interesse: a capela de "Nossa Senhora das Candeias", edificada no 1.º quartel do século XVII junto à antiga "Fonte dos Tornos", sob a invocação de "Santo Homem Bom", patrono dos Alfaiates, mercadores, sirgueiros e tosadores; as conhecidas casas do Largo de Santo Homem Bom, tendo uma delas janelas manuelinas; e o chafariz de Mercúrio que esteve inicialmente no Jardim Público, mudando para o largo actual em 1958. Esta peça escultórica, representa a divindade romana do Comércio. Como deves saber, os romanos tinham vários deuses. O chafariz tem inscrita a data de construção de 4 de Abril de 1840.
Uma das casas do Largo de Santo Homem Bom, que fica na esquina, à Travessa de Santa Clara, pertenceu, no séc. XVIII à família Abreu Coutinho. Esta casa foi adquirida, por volta de 1970, pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, para aí instalar o "Centro de Cultura Juvenil" - Escola de Música e Orquestra Ligeira, hoje Fundação Maestro José Pedra. Por cima, ao centro, tem uma pedra d'armas que identifica os antigos proprietários desta casa: Abreu; Coutinho; Pereira e Lima. Para além disso, a encimar esta identificação temos uma coroa porque nesta família existiu alguém a quem a monarquia atribuiu o título de conde, concedido pela monarquia às pessoas que se destacavam nos serviços prestados ao rei.
Como vês, muitas são as razões para visitares este largo, onde irás encontrar monumentos muito bonitos.”





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Museu do Traje

"Fachada do antigo "Hotel Europa", funcionando nos baixos a Papelaria Central, de Alfredo Azevedo. Este edifício deu lugar ao Banco de Portugal.
“... no actual Museu do Traje, hoje propriedade da Câmara Municipal, esteve instalado o Banco de Portugal? É verdade, e para aí ser instalado o Banco, que antes funcionava na Rua Manuel Espregueira desde 1 de Outubro de 1892, o edifício foi construído de raíz e ficaria concluído em 1958, altura em que o chafariz com a estátua de Mercúrio, seria removido do Jardim Público Marginal para o Largo Vasco da Gama. O Banco de Portugal esteve aí instalado até 29 de Dezembro de 1992. Neste mesmo espaço existiu, antigamente, um hotel chamado "Hotel Europa", e que se destacava na antiga Praça da Rainha, hoje Praça da República.
A necessidade da existência em Via na do Castelo de um Museu dedicado ao traje, à sua variedade e riqueza, sente-se desde o início do século XX, quando se começa a falar da criação de um Museu Municipal na cidade, já que nos documentos que levaram à sua fundação as referências ao traje estão sempre presentes. Esta necessidade baseava-se na vontade de mostrar aos muitos visitantes da cidade estas peças específicas da região e de grande valor etnográfico que estava a desaparecer do seu ambiente natural. Neste sentido, foram sendo adquiridos fatos e peças soltas que integraram o espólio do Museu, com a intenção de virem a ser expostos numa sala, o que acabou por nunca acontecer.
Quando em 1997, a Câmara Municipal adquiriu o edifício do Banco de Portugal, com o objectivo de aí instalar o Museu do Traje, tendo ficado a sua gestão entregue à Comissão de Festas de N. Sra. da Agonia, cuja sede aí ficou instalada.
Este espaço funciona também como galeria de exposições diversas, geralmente de artes plásticas, organizadas pela autarquia.
Em 2000, a própria Câmara tomou conta da gestão do Museu do Traje, com o objectivo de desenvolver uma política continuada de exposições relacionadas apenas com a divulgação do Traje.”



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Estátua de Viana

“Estátua de Viana num dos melhores enquadramentos paisagísticos da cidade: capela das Malheiras e Templo-Monumento de Santa Luzia.
“… o chafariz da estátua de Viana foi mandado construir há mais de duzentos anos? Pois, foi precisamente em 1774, por ordem de José António Freire de Andrade, conhecido como Conde de Bobadela, na altura Governador de Armas da Província do Minho, que se verificou a sua construção.
Em 1922, o mesmo chafariz foi restaurado por um mestre canteiro que se chamava Jacinto Alves.
De início, o chafariz, esteve à beira-rio, mais ou menos no mesmo sítio onde hoje se encontra, depois de ter estado ao pé da "Casa do Campo da Feira" e no Largo de Altamira. Em 1990, foi finalmente removido para o local de onde havia saído pela primeira vez.
A estátua do chafariz, como tu já te deves ter apercebido, simboliza Viana, representada em figura feminina, coroada por um castelo e segurando na mão esquerda uma caravela redonda. Segundo os historiadores de arte "o ritmo ondulante das roupagens traduz o gosto naturalista da segunda metade de Setecentos – estilo Rococó. À volta do chafariz vemos ainda quatro bustos esculpidos em pedestais, simbolizando os quatro continentes. Daí, o conjunto ser uma alusão à tradição marítima de Viana, principalmente à época dos descobrimentos.”



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Aspecto antigo do chafariz da Praça (postal- Edição do Bazar Couto Viana)

“… o aspecto do chafariz que está na Praça da República, que à data da sua construção se chamava Campo do Forno, não foi sempre assim?
Pois é, no entanto, sabe-se que se mantém no mesmo sítio desde a sua construção, em 1559. Dizem os historiadores que a Câmara Municipal, da então vila de Viana, firmou contrato aos doze dias do mês de Junho de 1553, com o um mestre canteiro (aquele que trabalha a pedra) chamado João Lopes (o Pai). João Lopes, chamado também João Lopes-o-Velho para o distinguir dos outros seus descendentes, é o primeiro de uma família de artistas, cujos membros se manteriam activos durante século e meio, realizando importantes obras no norte de Portugal e na Galiza.
O chafariz da Praça foi construído, de forma a substituir a cisterna medieval da Rua do "Poço ", para abastecer água às casas das proximidades e para quem a quisesse ir buscar em recipientes. No princípio, em toda a volta do chafariz existia um gradeamento suportado por oito colunas de pedra. A sua construção foi concluída em 1559. Segundo um livro chamado "Arcórdãos da Câmara", do ano de 1556, existente no arquivo Municipal de Viana do Castelo, ficamos a saber que foi constituída uma comissão, formada pelo juiz, vereadores, procuradores e duas pessoas, responsável pela obra da construção do chafariz. Esta decisão de constituir esta comissão permite-nos pensar que estava em vigor o contrato firmado com João Lopes-o-Velho, em 1553. Mas este artista não assistiu à conclusão da obra, pois faleceu em princípios de 1559, data da sua conclusão. Foi a partir daí, que a comissão encarregada de promover a obra a estregou ao filho, também ele chamado João Lopes, para que fosse concluída.”



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Casa de João Velho | Casa dos Velho ou "dos Arcos"

“... aquela casa com arcos, junto à Sé Catedral, propriedade da Câmara Municipal de Viana do Castelo, é conhecida por Casa dos Velho ou "dos Arcos" ?
Pois é assim chamada, e a sua construção é atribuída aos finais do séc. XV. Pertenceu a um navegador chamado João Velho, por isso, também se costuma chamar de Casa de João Velho.
João Velho é uma figura importante do séc. XVI e segundo os historiadores chegou a hospedar D. Manuel I "em sua casa à porta do Postigo" em 150/ e, em 1513, "acompanhou o duque de Bragança à conquista de Azamor".
A casa é um edifício sobradado, que o mesmo será dizer "com um primeiro andar" sobre uma lógia (uma espécie de arcada), definido por três arcos de aresta boleada. Possui uma escadaria exterior de acesso ao andar nobre de onde se abrem duas janelas quadrífidas, isto é, divididas em quatro por travessas em cruz. Do lado das janelas, ao centro do arco maior, apesar de estar quase apagado, podes ver o brasão (pedra d' armas) no qual está representado o apelido dos "Velho".
Noutros tempos funcionaram neste edifício o Instituto Histórico do Minho, instituição que deu nome ao largo, a Aliança Francesa e, actualmente, é a sede da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Alto Minho.”



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Antigos Paços do Concelho

... os Antigos Paços do Concelho, aquele edifício que tu podes ver mesmo em frente ao chafariz, na Praça da República, que em tempos se chamou Praça da Rainha em homenagem à Rainha D. Maria II, começou a construir-se no reinado do rei D. Manuel I e foi concluído no de D. Antigos Paços do Concelho João III? Com certeza que já tinhas ouvido falar! Assim como já te devem ter contado que a sua construção se deve a canteiros (pessoas que trabalham a pedra) galegos que viviam em Portugal. A designação de Paços do Concelho tem a sua origem no facto de aí ter funcionado a sede do Concelho, ou seja, aí ter estado instalada a Câmara Municipal e os seus serviços administrativos, desde o séc. XVI até meados do séc. XX. Para além disso, ao longo dos tempos, foram várias as funções que teve e os serviços que aí se fixaram, desde a administração pública à aferição de pesos e medidas quartel de bombeiros, polícia e cadeia preventiva, etc., e, ultimamente, tem servido de espaço para exposições, mini-feira de livros, palestras e outros eventos.
Este edifício nem sempre foi assim. Apesar de sofrer várias transformações, principalmente no piso inferior, manteve, de certa forma, a estrutura inicial, que os entendidos em matéria de arte, dizem ser de estilo manuelino ligando-o à época de construção, mas de raiz gótica.
Ao passares na Praça da República, procura contemplá-lo. Na sua parte inferior podes ver cinco arcos quebrados de estilo gótico e três portadas rectangulares na frontaria do andar superior, rodeadas pelo símbolo heráldico de Viana (nau), a Cruz de Cristo e uma esfera armilar. Por cima podes ainda ver as ameias, definidas por uma série de merlões, que dão uma certa grandeza ao edifício e, ao mesmo tempo, te fazem recuar (na imaginação) a tempos passados da nossa história."



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Hospital Velho

"... a casa conhecida por Hospital Velho foi, noutros tempos, uma pequena pousada, hospital ou albergaria? É que, por meados do séc. XV, eram aí acolhidas as pessoas que iam a pé (em peregrinação) a caminho de Santiago de Compostela. Este edifício passou a ser conhecido por "Hospital Velho ", após a construção do hospital da Santa Casa da Misericórdia (1586-1589), na altura situado na "Praça do Campo do Forno ", mais tarde Praça da Rainha, hoje Praça da República.
Há memória de que um senhor, com o nome de João Anes, colocou o sobrado no piso superior da casa e, em 28 de Dezembro de 1468, sua filha Maria Anes e genro João Pais "o Velho" dotaram esta edificação com rendimentos para no futuro assegurarem a sua manutenção, bem como os encargos necessários à assistência a doentes e peregrinos. A implantação de albergarias e dum primeiro hospital, vem na sequência do aumento de importância da vila de Viana em fins da Idade Média. Além dos peregrinos, esta casa, dava também guarida a mercadores que se encontravam de passagem.
Ficas também a saber que, no século XVI, a casa foi totalmente remodelada, sendo refeita a fachada, onde sobressaem janelas de recorte manuelino, uma pedra trabalhada (de armas) simbolizando os apelidos das famílias de Portocarreiro e Rocha e um nicho com uma imagem em terracota (argila) do Senhor da Ressurreição.
No interior, podes contemplar um belo pátio todo lajeado, com um alpendre em madeira, suportado em grandes arcos de pedra, muito largos e com as arestas cortadas, típicos da época manuelina, e no piso superior, numa das portas quinhentistas, a data da reconstrução (1599).
Neste edifício municipal, estão instalados um Posto de Turismo da RTAM (Região de Turismo do Alto Minho) e a Divisão de Acção Cultural da Câmara Municipal de Viana do Castelo, e fica situado na rua do mesmo nome (Hospital Velho), junto à Praça da Erva.”



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Teatro Municipal Sá de Miranda

“... o Teatro Municipal Sá de Miranda tem sofrido grandes obras de beneficiação e melhoramentos que fazem dele um espaço moderno e acolhedor tanto para os actores como para o público? E para aumentar ainda mais os teus conhecimentos, ficas a saber que o projecto deste Teatro, que hoje pertence à Câmara Municipal (desde 1985), foi elaborado por um senhor arquitecto chamado José Geraldo da Silva Sardinha. A primeira pedra foi lançada em Dezembro de 1875, e a sua inauguração ocorreu em 29 de Abril de 1885. A obra de pedreiro foi dirigida pelo mestre de obras, empreiteiro dos nossos dias, Luís Martins Viana e a de carpintaria por José de Sousa Lima. A pintura do tecto foi feita por um vianense chamado João Baptista do Rio e o pano de boca de cena foi esboçado (desenhada) por Luigi Manini e pintado por Hercole Lambertini, cenógrafos do Teatro São Carlos.
A iniciativa da construção deste nosso lindo Teatro, deve-se a seis personalidades: conselheiro António Alberto da Rocha Páris, José Afonso de Espregueira, Sebastião da Silva Neves, José Alves de Sousa Ferreira, Major José Maria Pereira Viana e Dr. José Alfredo da Câmara Leme. Estes senhores formaram, em 1874, uma empresa que se chamou "Companhia Fomentadora Vianense ", cujo principal objectivo era a construção do edifício.
O Teatro foi construído em Viana numa altura de grandes transformações. Entre outras, salientam-se: a velha ponte de madeira fora substituída por outra, moderníssima, de metal, e que trazia consigo o ambicionado caminho de ferro; o edifício da estação, que o recebeu; concluíam-se as obras do porto de mar e era inaugurado o nosso mercado.
O nome atribuído ao Teatro vem do grande poeta Francisco Sá de Miranda que nasceu em Coimbra, a 28 de Agosto de 1481 e, em 1552, veio viver para a Quinta da Tapada, perto de Duas Igrejas, aqui no Alto Minho, junto ao rio Neiva, onde o escritor se dedicou à poesia."



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CASA DA CARREIRA

“… o edifício onde está instalada a Câmara Municipal é conhecido pela "Casa da Carreira"? Pois é, e pertenceu a um comendador de nome Fernão Brandão que, juntamente com a sua esposa, o mandaram construir em 1527. Antes de ser conhecido por "Casa dos Condes da Carreira" designava-se por palacete dos Abreu Távoras, cujo apelido era o mesmo da família que foi perseguida no tempo do Marquês de Pombal, acusada de querer assassinar o rei D. José. Por isso, esta família deixou de usar o nome Távora, que só mais tarde retomaria, e mandou apagar (picar) a pedra de armas (brasão) existente na frente da casa.
Anexa à casa existe uma capela, também ela designada dos Távoras, que remonta aos princípios do século XVIII. Se reparares, por cima da porta da capela, existe outra pedra de armas, onde estão representados os apelidos de Távora (picado), Castro, Pereira e Abreu.
O primeiro Conde da Carreira, foi um senhor chamado Luís Antônio de Abreu Lima, que nasceu nesta mesma casa a 17 de Outubro de 1785, e é considerado um dos mais ilustres vianenses. Casou em Paris com uma senhora de origem alemã, de seu nome Ana Luísa Dannemarch, de quem não teve filhos. Este senhor conde era militar e chegou a Marechal de Campo, mas foi como diplomata que se notabilizou. Morreu em Lisboa a 18 de Fevereiro de 1871.
A Casa da Carreira, conservou-se na família Abreu e Lima até ao princípio do século XX, e, em 1970, os filhos do último Conde da Carreira venderam-na à Câmara Municipal, que depois de restaurada, respeitando a sua antiga traça, nela instalou e pôs a funcionar, em 1972, os serviços da mesma autarquia.”



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Museu Municipal

“… o edifício onde está instalado o Museu Municipal foi mandado construir em 1724 por um senhor ligado à Igreja, que tinha o título de Cónego da Sé de Braga, e chamava-se António Felgueiras Lima. Dizem os historiadores, que este senhor cónego, por ser amante da sua terra natal, na altura denominada de Viana da Foz do Lima, e desejoso de agradar ao então Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles, que aqui gostava de tomar banhos de mar, resolveu mandar construir este edifício para o receber.
O engenheiro que fez a planta chamava-se Manuel Fernandes da Silva, segundo o estilo da casa que existe na Rua Manuel Espregueira, onde está instalado o Arquivo Distrital. As pessoas responsáveis pela sua construção foram os mestres pedreiros de Viana Jerónimo de Oliveira e um seu irmão chamado Manuel.
À morte de António Felgueiras Lima, esta bonita casa, situada no Largo de S. Domingos, foi comprada em 1730 por um senhor doutor, formado em Coimbra, chamado de João Barbosa Teixeira Maciel. Se reparares na pedra trabalhada, que tu já conheces como "pedra de armas", bem ao centro da casa, poderás descobrir que simboliza os apelidos da família Barbosa Maciel.
Em 1921, a Câmara Municipal de Viana do Castelo comprou a casa, para nela instalar definitivamente o Museu Municipal, que antes tinha conhecido uma série de projectos, mas que nunca se concretizaram. Também aqui funcionara a Biblioteca Municipal, até ser mudada em 1966 para a Casa dos Alpuim, na rua Cândido dos Reis, bem como o Arquivo Municipal.



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Biblioteca Municipal

"… o edifício onde está instalada a Biblioteca Municipal é um Palacete armorejado do século XVII, também conhecido por "Casa dos Monfalim" ?Pois é, e tem esta designação porque pertenceu à terceira marquesa de Terena, casada com D. Filipe de Sousa Hotstein, primeiro marquês de Monfalim.
Se reparares para o exterior consegues ver uma pedra trabalhada pedra essa que se designa de "pedra de armas, porque simboliza as famílias proprietárias da casa, ligadas à nobreza. Aí estão representados os apelidos de Cunha, Maciel, Rego e Barbosa.
Quanto à Biblioteca Municipal, a sua criação remonta aos finais do sec. XIX. Foi fundada em 16 de Fevereiro de 1888 e o seu fundo bibliográfico inicial viria a constituir-se com base nos livros da Repartição da Fazenda do concelho e com os existentes nas livrarias dos conventos femininos, à medida que estes fossem extintos. Em Novembro de 1912, a Biblioteca foi instalada no edifício dos Paços do Concelho, à Praça da República, e o seu fundo bibliográfico foi enriquecido com vários volumes oferecidos particulares; em 1923 viu novamente transferidos as suas instalações, desta vez para o edifício do :Museu Regional (actual Museu Municipal, onde permaneceu até 1966. Desta data em diante voltou a conhecer um novo espaço, alugado para o efeito, na casa dos Alpuins, sendo o seu fundo bibliográfico enriquecido com bibliotecas particulares e com a aquisição de novos livros no mercado a partir de 1974; a partir de 1989 a Biblioteca foi renovada e instalada no edifício na Rua Cândido dos Reis."



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